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Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo

versão On-line ISSN 1982-6125

Rev. Bras. Pesq. Tur. vol.10 no.1 São Paulo Jan./Abr. 2016

http://dx.doi.org/10.7784/rbtur.v10i1.993 

Artigos

Arquitetura hoteleira sob a ótica da sustentabilidade e da hospitalidade do espaço: um estudo sobre a aplicação dos conceitos de sustentabilidade e hospitalidade do espaço em projetos de hotéis

Hotel architecture from the perspective of sustainability and space hospitality: a study on the application of the concepts of sustainability and hospitality space in hotel projects

Arquitectura hotelera bajo la sostenibilidad y de la hospitalidad del espacio: un estudio respecto a la aplicación de los conceptos de sostenibilidad y hospitalidad del espacio en proyectos de hoteles

Josildete Pereira Oliveira1 

Luciano Torres Tricárico2 

Bruna Gorski Varella3 

Guilherme Garcia Velasquez4 

1Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI. E-mail: joliveira@hotmail.com

2Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. E-mail: tricarico@univali.br

3Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI. E-mail: brunagorski@yahoo.com.br

4Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS. E-mail: guigave@hotmail.com

Resumo

Este estudo procura discutir os conceitos de sustentabilidade e hospitalidade do espaço no contexto da arquitetura da cidade contemporânea que, de alguma maneira foram reinterpretados ou questionados no que se refere ao conceito de sustentabilidade ambiental. Neste sentido, o objetivo principal da pesquisa foi analisar dois projetos de hotéis em Santa Catarina, um de pequeno porte e outro de grande porte, onde essas condições se manifestaram de forma estanques ou não sistematizadas em alguns exemplares da arquitetura hoteleira, como referência conceitual da arquitetura sustentável e hospitaleira. A metodologia caracterizada por um levantamento bibliográfico inicial, pesquisa documental, seguida de um estudo de campo caracterizado por uma observação direta intensiva, sistemática e em equipe, com práticas de observação e aplicação de entrevista (Marconi e Lakatos, 2006) procurou resgatar a história da arquitetura hoteleira para identificar conteúdos de sustentabilidade ambiental e de hospitalidade do espaço construído, para em seguida analisar os exemplares da arquitetura hoteleira selecionados, que manifestam estas condições. Percebeu-se com o estudo que dentro de suas realidades e tamanhos, ambos os empreendimentos estudados contam com ações e elementos que podem ser considerados sustentáveis, bem como ações ambientalmente amigáveis, o que, inevitavelmente podem ser considerados como ações propiciadoras da hospitalidade. Da mesma forma, contam com potencialidades a serem desenvolvidas.

Palavras-chave:  Arquitetura; Hotelaria; Sustentabilidadade; Hospitalidade

Abstract

This present study aims to discuss the concept of both sustainability and hospitality into the context of city contemporary architecture which, in a certain way had been reinterpreted or asked in what is concerned to the concept of environmental sustainability. In this sense, the main goal of the research was to analyze two hotel projects in Santa Catarina, Brazil, been one of them configured as a small sized one and the other as a big hotel, where all the mentioned conditions had been manifested in a tight way and even had not been systematized into one of the hotel architecture samples, as a reference of sustainable and hospitable architecture. The methodology characterized by an initial bibliographic study, as well as documentary study, followed by a field research characterized by an intensive direct observation, as well as a group and systematic one, also considered both observation and questionnaires application (Marconi & Lakatos, 2006) and it tried to rescue the history of hotel architecture in order to identify environmental sustainability contents, as well as hospitality ones, concerned to the constructed spaces, so that it would be possible, in a following moment, to analyze the hotel samples selected, which do manifest all the mentioned conditions. It was realized that considering its realities and sizes, both studied hotels do count with actions and elements that may be considered sustainable, as well as friendly environmental actions, what, doubtless, do provide hospitality in a certain way. Similarly, both hotels still have potentialities to be developed.

Keywords:  Architecture; Hotel; Sustainability; Hospitality

Resumen

El estudio debate los conceptos de sostenibilidad y hospitalidad del espacio en el contexto de la arquitectura de la ciudad contemporánea que fueron reinterpretados o cuestionados respecto al concepto de sostenibilidad ambiental. En este sentido, el objetivo de la investigación ha sido analizar dos proyectos de hoteles en Santa Catarina, uno de pequeño y otro de grande porte, en lo cual estas condiciones se presentan de forma puntual o no sistematizada en algunos ejemplares de la arquitectura hotelera, como referencia conceptual de la arquitectura sostenible y hospitalaria. La metodología caracterizada por una revisión de la literatura inicial, investigación documental, seguida de un estudio de campo también caracterizada por una observación directa intensiva, sistemática y en equipo, con prácticas de observación y aplicación de entrevistas (Marconi y Lakatos, 2006) ha buscado rescatar la historia de la arquitectura hotelera para identificar los contenidos de sostenibilidad ambiental y de hospitalidad en el espacio construido, para posteriormente analizar los dos ejemplos de la arquitectura hotelera elegidos, que manifiestan estas condiciones. Por lo tanto, se ha realizado una revisión bibliográfica, y posteriormente el trabajo de campo que ha consistido en realización de entrevistas, formulario de observación y levantamiento del acervo bibliográfico. Se ha podido observar con la investigación que, según sus realidades y tamaños, ambos emprendimientos estudiados poseen acciones y elementos que pueden ser considerados sostenibles, como también acciones ambientalmente correctas, lo que, inevitablemente se puede considerar como acciones conducentes de hospitalidad. Por lo tanto, cuentan con potencialidades que pueden ser desarrolladas.

Palabras clave:  Arquitectura; Hostelería; Sostenibilidad; Hospitalidad

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho teve como seu maior propósito, desenvolver um estudo sobre a análise da sustentabilidade na arquitetura, em especial, em dois empreendimentos hoteleiros do estado de Santa Catarina, relacionando-a à hospitalidade do espaço edificado. Entende-se por hospitalidade, o ato de bem receber os visitantes, dentro da perspectiva de permuta de bens e serviços, tangíveis ou intangíveis, considerando a comunidade local [anfitriã] e os Turistas (Ingram & Grieve, 2013).

Dessa feita, enfatizado o fato de que a hospitalidade está intimamente relacionada ao bem acolher e, ainda, partindo do pressuposto de que o acolhimento é condição imprescindível no ambiente hoteleiro, independentemente de sua tipologia ou classificação, o presente estudo ocupa-se em relacionar as ações sustentáveis no espaço hotel, como formas de oferta de hospitalidade, ou seja, a sustentabilidade passa a ser interpretada como hospitalidade. De qualquer maneira, não se pode omitir o fato de que as discussões relacionadas à sustentabilidade são vastas e muitas vezes antagônicas. Questões relacionadas à hospitalidade, da mesma maneira, caracterizam-se por serem deveras subjetivas.

Oliveira (2006), ao referenciar Mc Lennan sobre o que ele denomina “Edifício Vivo”, apresenta inúmeras condições para que dada construção possa ser considerada sustentável. A própria autora, conclui que atender os preceitos da sustentabilidade de forma completa, no âmbito da arquitetura, chega a ser algo utópico, embora a simples busca por ela seja positiva. Sendo a sustentabilidade discussão latente nos variados campo do conhecimento, arquitetura e hotelaria não poderiam deixar de serem incluídas nessa perspectiva. Especificamente na arquitetura, a sustentabilidade parece surgir como rompimento de um paradigma funcionalista extremado, promovendo uma arquitetura orgânica e mais humanizada.

Nesse contexto, Vilella (2007) destaca que a concepção orgânica é pioneira na visão sistêmica do planejamento e da cidade, sendo ela considerada um organismo vivo. Por isso, baseada em Geddes (1915), enfatiza que a compreensão do passado, faz com que se compreenda a atualidade e se projete o futuro. Para ela (2007, p.60) a visão orgânica “[...] foi pioneira na idéia do compromisso inter-gerações do desenvolvimento sustentável quando acata o juramento da juventude ateniense [...] transmitiremos essa Cidade, não menor, porém maior, melhor e ainda mais bela do que nos foi transmitida”.

Surge, dessa maneira, a preocupação com a utilização de materiais adequados nos processos construtivos, duradouros e o menos degradante possível. A relação materiais, design e arquitetura é objeto de estudo e reflexão de Manzini (1993) e compreendida neste manuscrito, como uma maneira diferenciada de se ofertar um serviço que seja, sobretudo, hospitaleiro.

Evidencia-se, dessa feita, que simultaneamente, no contexto atual da sociedade contemporânea, as evidências científicas e, consequentemente, o desenvolvimento tecnológico, têm demonstrado a concomitante e necessária sustentabilidade ambiental dos espaços edificados. Portanto, verificam-se que as condições elencadas do espaço construído – identidade, sustentabilidade e hospitalidade – são os “fios condutores” para a análise desta pesquisa.

Na hotelaria, especificamente, a sustentabilidade passa a ser objetivo de sua equipe de gestão, já que incorpora a utilização de elementos naturais, reaproveitados, bem como aqueles relativos à localidade onde se situa o empreendimento, sendo mais duradora e menos custosa. Nessa mesma perspectiva, a sustentabilidade é também alvo de interesse por parte de inúmeros hóspedes, já que o discurso e as práticas ambientalmente amigáveis vem sendo internalizadas por toda sociedade desde a década de 70. O interesse por aquilo que é sustentável acaba, dessa maneira, sendo fator decisivo de escolha de dado empreendimento hoteleiro, representando, ainda, garantia de conforto e hospitalidade.

Valduga (2011) enfatiza que a hospitalidade, além de se referir a um fenômeno social, pode ainda ser compreendida como um modus de gestão hoteleira, ou seja, uma prática humana em empreendimentos turísticos, que operam com uma troca monetária. Para a autora, o que permite a configuração da hospitalidade é justamente a maneira com que cada um, “individualmente, toma consciência de seu papel facilitador do acolhimento humano “(p.02).

Considerando a arquitetura hoteleira, o objetivo principal desta pesquisa foi: Analisar dois exemplares da arquitetura hoteleira instalados no estado de Santa Catarina- Brasil, que consideram as condições de sustentabilidade e hospitalidade do espaço como diferenciais da arquitetura contemporânea.

Metodologicamente, definiu-se como território de estudo, aquele espaço geográfico compreendido entre os municípios de Balneário Camboriú e Bombas, de maneira com que, de forma aleatória, tenham sido elencados apenas dois empreendimentos hoteleiros, sendo um deles de grande porte na categoria Resort e outro de pequeno porte, na categoria pousada. Pela natureza sistemática da pesquisa, já mencionada, a escolha dos objetos estudados se deu de forma livre, propiciada pelo próprio corpus de conhecimento dos pesquisadores envolvidos, que previamente efetuaram um estudo exploratório sobre todos os empreendimentos existentes na costa de referido território.

O recorte analítico levou em consideração a evolução histórica manifestada na constante preocupação com a garantia do “bem estar” de seus hóspedes, procurando enfatizar o sentido emocional [hospitaleiro] que o espaço poderia ocasionar e as questões relacionadas à sustentabilidade ambiental, variável que se tornou uma exigência por parte da sociedade contemporânea e que também agrega valor ao empreendimento hoteleiro. Nessa evolução são evidentes algumas inovações recorrentes nos atuais projetos de arquitetura de hotéis, notadamente nas grandes redes internacionais e em projetos de Resort.

Nesta perspectiva, o método empregado permitiu o desenvolvimento de dois estudos de caso, decorrendo disto, a análise da aplicação dos conceitos de sustentabilidade ambiental e hospitalidade do espaço da arquitetura hoteleira. Essas categorias de análise foram o fio condutor para a seleção dos dois empreendimentos hoteleiros estudados. As análises procuraram discutir e ordenar os conceitos, seus significados e representações nos espaços analisados.

Por essa razão, pode-se dizer que o trabalho se ocupou de um levantamento bibliográfico, representado pelas obras relacionadas à temática, pesquisa documental, já que foram analisadas fotografias e cartas arquitetônicas das localidades estudadas e, por fim, pesquisa de campo, representada pelas visitas técnicas, coleta de dados por intermédio de formulário de entrevista estruturado e formulário de observação- observação direta intensiva, sistemática (Marconi & Lakatos, 2006).

A consecução do estudo resultou em um processo de análise, o qual, acabou por si, trazendo à tona, a necessidade de um debate capaz de ampliar uma construção epistemológica que considere a demanda atual da sociedade frente às questões ambientais e de qualidade de vida.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Hotelaria: arquitetura, sustentabilidade e hospitalidade

Ao tratar da sustentabilidade na Hotelaria contemporânea, não apenas como uma maneira de atender as necessidades do mercado, mas como forma de prover hospitalidade, importante se faz definir e compreender o conceito da empresa Hotel, para que, em seguida, torne-se possível uma reflexão acerca da arquitetura no âmbito da hotelaria e sua relação com a sustentabilidade e hospitalidade.

Castelli (2003) apresenta que a empresa hoteleira pode ser entendida como a organização que, mediante pagamento de diárias, oferece alojamento a uma clientela indiscriminada, ou seja, pessoa jurídica que explora e administra meios de hospedagem.

Dessa maneira, tal empresa não é delimitada por uma maior propensão à automação, tendo em vista que o atendimento pessoal é fundamental, embora Boerger (2003) enfatize que desde a década de 70 a utilização das tecnologias de informação no contexto da hospedagem tem sido vista como maneira de propiciar conforto e agilidade aos hóspedes, além do auxílio nos trâmites administrativos, o que também pode ser traduzido por hospitalidade, temática inclusive, trabalhada por Holanda e Nascimento (2014). Evidencia-se, entretanto, que a funcionalidade dos procedimentos da hoteleira, representada pela agilidade nos serviços, organização dos sistemas e métodos e organização de espaços acaba sendo resultado das próprias condições arquitetônicas do espaço, atreladas ao bom gerenciamento. Assim, a arquitetura contemporânea hoteleira, procura, na atualidade, não apenas projetar espaços que permitam fluxos organizados de serviço, funcionalistas extremados, mas que sejam, em especial, capazes de gerar hospitalidade, conforto e bem estar.

É por essa razão que se percebe a discussão da sustentabilidade tão arraigada no contexto da hotelaria, seja nas formas de gestão ou utilização de elementos arquitetônicos sustentáveis. A sustentabilidade e hospitalidade do espaço acabam, por conseqüência, superando uma estrita funcionalidade, até então supervalorizada. Para Roque & Vivian (1999) a sustentabilidade busca conciliar preservação e conservação do ambiente, desenvolvendo as bases locais e valorizando a cultura e o regionalismo. Espera-se que ainda integre o visitante com a história local, por meio da arquitetura, dos objetos, de fotografia, de gastronomia, entre outros. Tal apontamento parte da máxima proposta pela Comissão de Brutland (1987) que enfatiza que o desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz às necessidades da geração presente visando um não comprometimento das necessidades inerentes às futuras gerações (WCED, 1987).

Numa perspectiva turística, Sloan, Legrand e Kaufman (2014), mencionam a United Nations World Tourism Organization que ao definir a sustentabilidade, a colocam como um conjunto de princípios relacionados aos aspectos econômicos, ambientais e socioculturais em prol do desenvolvimento do turismo, a partir de uma balança adequada, a qual deve ser estabelecida entre as três dimensões mencionadas, com vistas a se garantir a sustentabilidade a longo prazo.

Assim, entende-se que no que concerne à arquitetura e, por conseqüência, arquitetura hoteleira, a mesma deve, também, buscar o envolvimento das esferas que compõem a perspectiva sustentável.

Para Motta e Aguilar (2009, apud,Oliveira, 2015) um edifício isolado, que não considere seu entorno deixa de ter sentido, já que a construção, por si, é sistêmica e para ser sustentável precisa estar envolvida com seu entorno. Por essa razão, áreas internas e externas carecem de integração, respeitando os pré-requisitos técnicos e normas ambientais. Ainda que atendidas tais normas, se a edificação se fechar para dentro, não condizente à realidade em que se insere, não estará sendo plenamente sustentável.

Evidencia-se, dessa maneira, que a ação sustentável, por si, gera o sentimento de hospitalidade. Grinover (2009) ao discutí-la, baseado em Baptista (2007) e Augé (2003), a compara com uma ação ética, já que ações de civilidade inerentes à ela, geram no espaço construído, um sentimento de acolhimento, humanizado, algo oposto ao que acontece nos “não lugares”.

Ainda, o supracitado autor (2009) evidencia que hospitalidade é caracterizada pela ultrapassagem de um espaço e que propõe a implantação de um ritual de acolhimento, ou seja, o ato de acolher a outrem compreende um processo de aceitação e recepção ao “nosso lugar”, seja ele uma casa, cidade, empresa, colocando à sua disposição o “nosso melhor”.

Ao considerar um empreendimento hoteleiro que busca desenvolver ações sustentáveis por meio de sua gestão ou mesmo arquitetura, não é tarefa impossível pressupor que referida empresa possui claras intenções em conservar e manter o meio que se insere, seja ele natural, cultural e/ou material, o que indubitavelmente permite o acolhimento em um espaço que seja impregnado de valores locais, capazes de gerarem ao usuário, experiência peculiar e hospitaleira.

De qualquer maneira, a arquitetura sustentável e, consequentemente, a hospitalidade nela subentendida representa o resultado de uma transformação do próprio modus vivendi da sociedade.

A arquitetura e o urbanismo modernos puderam enfatizar os processos produtivos de racionalização e funcionalização da vida, adequando-os ao empreendimento do capital: a organização do trabalho, a setorização espacial das atividades humanas visando à produção econômica, a sintonia com a produção em série, estandardização, com o uso do tempo e do espaço como produtividade, ou seja, os preceitos da Carta de Atenas (Le Corbusier): “a forma segue a função”. Nesta perspectiva. O urbanismo e arquitetura modernos ampararam a ordenação material do espaço e da sociedade, e deixaram “sucumbir” os verdadeiros desejos sociais para quem a cidade, bem como suas edificações, era construída: os valores simbólicos do espaço construído capazes de indicarem idéias que provoquem emoções e identidade cultural, para além de um espaço que somente se resolvia pela lógica da função. Ressurge o papel da identidade que o espaço poderia oferecer como significação para seus habitantes e o papel da hospitalidade do próprio espaço edificado para os seus visitantes.

Grinover (2006) enfatiza que a hospitalidade pressupõe o sentimento de acolhida. Trata-se de uma das leis superiores da humanidade, ou seja, universal. O acolhimento, nesse contexto, acaba sendo compreendido como a inclusão do outro no próprio espaço. Assim, não é errado afirmar que a hospitalidade representa um dom do espaço, espaço esse que carece ser lido, habitado, atravessado e, da mesma maneira, contemplado.

Campos (2003) ao tratar da hospitalidade, principalmente no setor hoteleiro, desenvolve uma analogia entre o aparecimento tardio da hospitalidade no Brasil e hospitalidade americana. Segundo o supracitado autor, torna-se difícil analisar a hospitalidade no Brasil, pelo fato de que a hotelaria nacional teve seu surgimento como um negócio agregado a tantos outros negócios familiares, com foco estritamente econômico. Já nos Estados Unidos, a hospitalidade não tardou em se transformar em indústria, pelo fato de que sempre fora encarada como uma forma de gestão.

Tomando-se a hospitalidade como forma de gestão, torna-se possível a percepção de diversos patamares, parte das relações de troca entre oferta e demanda, essenciais para o sucesso da atividade, ora denominados de atributos básicos (esperados pelo cliente antes do consumo), esperados (serviços que fazem parte da experiência do cliente, como um café da manhã), desejados (que não fazem parte da experiência, mas que são apreciados) e, por fim, os inesperados (que sirvam de elemento surpresa e conquistem o cliente). Nessa perspectiva é que as prestadoras de serviços turísticos- no caso os hotéis- devam colocar atenção, caso intencionem prestar serviços hospitaleiros, em especial, aqueles relacionados à sustentabilidade nos serviços e estrutura arquitetônica dos meios de hospedagem. São inúmeras as certificações ou caminhos que permitem o bom andamento das atividades sustentáveis no espaço hotel (Ricci, 2002).

Serra (2002, p.94), ao tratar da sustentabilidade arquitetônica enfatiza que ela “ não é algo que se posponha [ao projeto], que se adquira com um conjunto de instalações que o tornarão mais sustentável”. Para ele (2002, p.94) “diversos autores tem destacado a importância das abordagens integradas, o que implica projetar e construir todas as partes e todos os aspectos da edificação com técnicas adequadas à sustentabilidade”.

Discutindo a sustentabilidade no contexto da arquitetura, propõe-se que a mesma preconize a economia dos meios (busca pela redução da extração de recursos naturais esgotáveis no processo de construção), durabilidade (condição durável da estrutura, capaz de gerar diversas utilizações no decorrer histórico) e flexibilidade (capacidade da edificação, de acordo com a necessidade, sofrer modificações de uso sem necessariamente haver alteração estrutural) (Serra, 2002).

Tais discussões em torno da sustentabilidade arquitetônica podem, claramente, ser possivelmente transpostas ao contexto arquitetônico-hoteleiro. Massakuto (2009), inclusive, discute em seu estudo, a existência de empreendimentos hoteleiros localizados em regiões cujo apelo à contemplação da qualidade ambiental da área e valorização da cultura e da mão-de-obra locais é latente, fazendo com que tais empreendimentos assumam um posicionamento sustentável. Isso porque, para a autora (2009) consumidores vem buscando, na atualidade, ambientes menos alterados, na tentativa de ter acesso à paisagens naturais e manifestações culturais de representatividade na comunidade.

Constata-se, dessa forma, que a busca por realidades sustentáveis nasce como uma condição natural gerada pelo próprio desenvolvimento acentuado dos grandes centros, fazendo com que indivíduos passem a vislumbrar realidades mais simplistas ou próximas do “natural”, como maneiras de romperem com as realidades “duras” dos grandes centros. É justamente essa simplicidade e naturalidade dos elementos e ações que trarão significado a um serviço, considerando-o hospitaleiro.

Assim, proporcionar o encontro com os “outros” sob a forma de hospitalidade é transformar a relação, que não é mais do “outro” impondo sua presença, mas é do anfitrião que recebe para mostrar seu lugar, sua cultura, sua história. O “outro” não toma, recebe (Grinover, 2009, p. 06).

Tem-se, nos tempos modernos, uma espécie de êxodo rural inverso, não obstante, muitas obras arquitetônicas tem trazido à realidade urbana, esses elementos naturais como forma de resignificarem os espaços.

Nessa hodierna, tanto arquitetura, como hotelaria assumiram os preceitos da sustentabilidade na busca de atenderem a uma determinada demanda, certificando-se que os mesmos propiciavam, inclusive, melhor sobrevivência à empresa e seus envolvidos.

Importante se faz enfatizar, de qualquer maneira, da morosidade no processo da formatação da compreensão do “ser” sustentável, no transcorrer da história.

No que concerne à evolução da definição dos preceitos da sustentabilidade, pode-se dizer que os mesmos resultam de um processo de discussão vagaroso, constante, iniciado com a Conferência de Paris (1968)-primeiras discussões sobre a relação crescimento desordenado urbano x problemas ambientais. Seguidamente, tomou ocorrência a Conferência de Estocolmo (1972), promovida pelas Nações Unidas- discussão sobre a relação homem x meio ambiente. Na sequência, foi a Comissão Mundial para Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987), conhecida também como Relatório de Brudtland, aquela que desenvolveu uma crítica ao modelo de desenvolvimento até então existente. Por fim, no ano de 1992, com a Eco 1992, na cidade do Rio de Janeiro foi que se deu a criação da agenda 21, discussão da relação vital entre conservação e desenvolvimento.

De igual maneira, no que concerne à compreensão da hospitalidade, merece também menção de que a mesma passou e continua passando por um processo de mudanças e enquadramento à realidade moderna.

Grinover (2009) explica referido processo histórico, mencionando um período denominado “clássico” e outro “atual”. Para o autor, a hospitalidade clássica era configurada pela satisfação de necessidades básicas, oferta de segurança e afetividade, dentro de uma relação gratuita (2009). Na atualidade, a hospitalidade representa “um modo de garantir a heterogeneidade da cidade e a riqueza de sua sócio-diversidade [...] Se esse espaço tiver uma característica construída, estaremos chegando ao que podemos denominar de lugar: uma rua, um jardim, que induz ao diálogo [...], onde se pratica a hospitalidade” (p.07).

Assim, os hotéis, através da valorização e exposição de elementos que sejam ecologicamente adequados; pelas práticas ambientalmente amigáveis; pela inclusão de valores locais, seja nas ações estabelecidas de gestão ou mesmo representadas pelos elementos arquitetônicos disponíveis, assumem um compromisso em trazer novo significado ao espaço construído, transformando-o em “lugar” de vivências e de acolhimento. Perfaz-se, dessa maneira, a prática da hospitalidade como resultado da arquitetura sustentável.

Evidencia-se, de outro lado, que é também característica do consumidor da era moderna, uma tendência em prezar pelas questões sócio-culturais e ambientais dos locais que visita o que corrobora para que a sustentabilidade possa e deva ser considerada como uma forma de hospitalidade.

2.2 Desenvolvimento Hoteleiro e sustentabilidade: algumas considerações

Dado o exposto, conclui-se que foi aos poucos que a filosofia da sustentabilidade passou a ser assimilada nos diversos setores e, não diferentemente, na hotelaria, a qual também teve um desenvolvimento bastante característico, tanto em âmbito nacional como mundial.

A atividade hoteleira teve início concretizado nos serviços prestados pelas pequenas hospedarias da Idade Média, com crescimento e desenvolvimento pontuado a partir dos Séculos XVII e XVIII. Seu surgimento foi conseqüente das atividades mercantis, sendo oferecido de forma bastante simplista junto às estradas e em mosteiros. Especificamente, o século XIX foi caracterizado pela Revolução Industrial, momento em que o homem firmou-se em descobertas tecnológicas (eletricidade, máquinas a vapor etc.) e os hotéis tornaram-se parte da indústria de serviços. No Brasil, esse tipo de empreendimento teve surgimento pouco posterior à vinda da família Real, 1808, com o intuito de atender a uma demanda de comerciários e diplomatas, sendo que aos poucos se pulverizou em outras regiões do país, após o período de desbravamento dos colonos. Anterior a chegada da família real as hospedagens aconteciam nas casas dos senhores de engenho (Andrade, 2005; Cândido e Vieira, 2003).

Ao estudar os empreendimentos hoteleiros nacionais, remonta-se a um momento de grande representatividade, especificamente década de 30, quando da abertura dos hotéis cassinos no país, que pouco tempo depois (1946) foram proibidos, representando queda no setor. Somente em 61, após a abertura da EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo) e FUNGETUR (Fundo Geral do Turismo) foi que a atividade voltou a se desenvolver, conjuntamente com a abertura do mercado nacional para as cadeias estrangeiras, o que não deixou de servir de forte incentivo (Andrade, 2005; Cândido e Vieira, 2003).

Da mesma forma, a abertura do mercado nacional ao estrangeiro propiciou, dentro da empresa hotel, o desenvolvimento de linguagem, procedimentos e características que pudessem atender as demandas dos diversos hóspedes provenientes dos mais variados locais, exigentes nos diversos aspectos, entre eles no que tange às ações ambientalmente amigáveis, automação, qualidade na prestação dos serviços, padronização dos mesmos, entre outros.

De acordo com Schenini, Lemos e Silva (2012, p.05) a prática de um desenvolvimento sustentadp “ tem levado as empresas a tomar medidas, provocando mudanças de valores, de paradigmas e em sua operacionalização. Elas vêm se adequando às exigências da preservação pela utilização de técnicas que visam a utilização racional de recursos e que evitam a poluição” .

Basicamente, pode-se afirmar que a norma ISSO 14001 foi uma das primeiras normatizações relevantes relacionadas às questões ambientais nas organizações. Seu objetivo é o de auxiliar os empreendimentos nos processos de priorizar ações, bem como gerenciais quaisquer riscos de ordem ambiental. Trata-se de uma certificação adotada por mais de 14.000 organizações em 84 países, discutida no início da década de 90 e publicada no ano de 19965.

Especificamente Brasileiro, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade, e Tecnologia- INMETRO, criou o certificado de sustentabilidade para construção civil, a partir do conhecido tratado de Brutland (1987).

De acordo com Motta6 (2014, p.38) “Os conceitos aplicados às construções sustentáveis tomam forma em 1987, com o relatório coordenado pela então primeira ministra da Noruega, Gros Brundtland, intitulado: “Nosso futuro comum”. Este texto apresentou o conceito de desenvolvimento sustentável”. Tal documento gerou, por conseqüência, a abertura de uma nova área na arquitetura, que relaciona a relação do homem com seu entorno, dentro de uma perspectiva sustentável (Relatório Bruntland – 1987).

A autora, ao tratar do assunto e da certificação do Inmetro, apresenta que algumas diretrizes são essenciais para considerar uma dada construção sustentável, mencionando as principais, que são: eficiência energética, aproveitamento adequado da água, qualidade do ar, uso de técnicas para acondicionamento térmico dos ambientes, aproveitamento de recursos naturais da região, uso de materiais e técnicas ambientais que sejam consideradas corretas, gestão dos resíduos sólidos e efluentes, conforto e qualidade interna dos ambientes, acessibilidade, permeabilidade do solo, entre outros (Motta, 2014).

Não obstante, o mesmo estudo enfatiza que não é tarefa fácil denominar uma dada construção sustentável ou não, justamente porque a sustentabilidade arquitetônica deve acontecer na concepção do projeto, exeqüibilidade, materiais utilizados, bem como características de todo seu entorno, até pelo fato de que analisar um dado edifício de forma isolada acaba não fazendo sentido sem que se considere seu entorno (Motta, 2014 e Aguilar, 2009).

Já Garrido (2010, p.01) explicita que a arquitetura sustentável é aquela que procura atender as necessidades de seus ocupantes, sem gerar qualquer tipo de risco, seja no presente ou futuro, da mesma maneira que assume um compromisso para o desenvolvimento humano, estabilidade social, com a utilização de estratégias que busquem reduzir consumo de energia, minimizar desperdícios, propiciando qualidade de vida.

Tal preocupação é colocada em pauta, tendo em vista que as edificações representam parte significativa dos elementos que consomem recursos naturais, consumindo, segundo Wines (2000), 16% do fornecimento mundial de toda a água pura, 25% da extração de madeira, e 40% de combustíveis fósseis, bem como materiais manufaturados. Na Europa, em especial, aproximadamente 50% da energia consumida é utilizada no processo de construção e manutenção de edifícios, enquanto os outros 25% são despendidos em transporte. Os dados ora apresentados, vão ao encontro do que apresenta Casado (2010), quando afirma que os impactos gerados pela construção civil em âmbito mundial são bastante grandes, já que referido setor é responsável por até 40% das emissões de gás carbônico [de forma direta ou indireta] em âmbito mundial; por outro lado, as edificações no Brasil consomem cerca de 21% de toda a água tratada, 42% da energia gerada, gerando, ainda, cerca de cerca de 70% dos resíduos.

Por essa razão, pelo quadro preocupante esboçado é que discussões por planos arquitetônicos sustentáveis passam a se tornar realidade e objeto de desejo, o que não apenas contribui para a manutenção do planeta, mas pelo bem estar dos envolvidos.

Especificamente, em se tratando da sustentabilidade arquitetônica hoteleira, Massakuto (2009, p.41) enfatiza que a avaliação e gerenciamento em meios de hospedagem no país “foi implementada em 2008 com o Programa de Certificação em Turismo Sustentável (PCTS), coordenada pelo Instituto de Hospitalidade e apoiada pelo PIBID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), APEX (Agência Brasileira de Promoção, Exportação e Investimentos), SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas) e Mtur (Ministério do Turismo)”. Para o autor, foi a partir do programa PCTS, que se criou uma norma internacionalmente reconhecida e registrada na Associação Brasileira de Normas e Técnicas, como NBR 15.401 (Massakuto, 2009).

De acordo com a NBR 15.401 (2006, p.06), as metas da sustentabilidade na hotelaria, que devem ser compatíveis aos preceitos da sustentabilidade, devem considerar:

emissões, efluentes e resíduos sólidos; conservação e gestão do uso da água; eficiência energética; seleção e uso de insumos; saúde e segurança dos clientes e dos trabalhadores; qualidade e satisfação do cliente; trabalho e renda; comunidades locais; aspectos culturais; áreas naturais, flora e fauna; viabilidade econômica.

Evidencia-se, dessa feita, que inúmeras são as certificações, sejam relacionadas às formas de gestão de práticas ambientais em organizações de forma geral, as relacionadas à sustentabilidade nos processos de construção civil e arquitetônica, bem como específicas aos meios de Hospedagem. Importante ressaltar, porém, que o presente artigo não fez menção às normas internacionais, justamente pelo fato do Brasil já possuir suas próprias. Inclusive, reconhecidas em âmbito internacional.

4 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO

4.1 O hotel de grande porte

O Hotel A correspondente ao empreendimento de grande porte estudado na pesquisa. Caracteriza-se por um empreendimento de porte significativo, composto por 122 unidades habitacionais, divididas em quatro categorias amplamente equipadas, além de contar com estrutura física e de prestação de serviço de alto padrão. Tal empreendimento ocupa uma área de 800 mil m2, configurando-se em um complexo que reúne uma série de opções de lazer e entretenimento, aventura, gastronomia e descanso. Sua localização é integrada à faixa de praia, sendo também cercada por uma área verde de preservação. O empreendimento encontra-se nas proximidades do centro da cidade de Balneário Camboriú- Trata-se de um município da Região Metropolitana da Foz do Rio Itajaí, no litoral norte do estado de Santa Catarina, no Brasil, que possui 108.089 habitantes, sendo sua área de 46,8km2 e que possui elevação de 2,00 metros.

A região possui uma vegetação composta pela Floresta Ombrófila Densa. Conhecida também como Floresta Tropical Atlântica ou Floresta Úmida, caracteriza-se por árvores de variadas espécies com folhas latifoliadas e de ciclo perene que variam de 20 a 30 metros de altura, e árvores isoladas em torno de 35 metros.

Balneário Camboriú possui clima subtropical úmido com verão quente, em que o mês mais quente possui temperatura média superior de 22c7. Por estar em uma área de morro com acesso pela cota mais alta, percebe-se que o hotel se estrutura de forma a privilegiar as vistas para o mar de todos os seus blocos edificados. Conforme se desce pelo terreno, distribuem-se de forma quase totalmente horizontal os blocos destinados à recepção, pela proximidade com a via de acesso, e hospedagem, buscando as melhores vistas da paisagem, e privilegiando as cotas mais elevadas para as unidades de padrão elevado. A área de lazer aberta funciona como um grande ponto de encontro para todo o hotel, situa-se no ponto mais baixo, conectando-se diretamente com a praia à frente, e em suas laterais e fundos com as áreas de lazer fechadas e spa. Os edifícios destinados à realização de eventos e alimentação situam-se igualmente nos pontos mais baixos. Havendo forte destaque para a arquitetura do Centro de Eventos, construído posteriormente ao restante do Hotel.

4.2 O hotel de pequeno porte

O Hotel B, em contrapartida, é caracterizado por um empreendimento de pequeno porte, com estrutura arquitetônica de casa, na qual sua proprietária optou por abrir suas portas para receber pessoas, como se as mesmas fossem membros de sua família.

Assim, o aconchego de seu lar, foi, aos poucos, transformando-se no que se conceitua na hotelaria, como “pousada” (hospedaria de serviços simplistas, com inclusão de café da manhã diário).

O empreendimento B foi idealizado na Alemanha, em especial em uma região denominada “Floresta Negra“, composta por diversas hospedarias de tais características. Sua estrutura conta com traços da arquitetura açoriana, disponibilizando aos seus clientes, piscinas para adultos e crianças, rodeadas por belos jardins. Possui chalés, uma cozinha de uso comum com comodidades para churrasco. A mesma foi selecionada por se encontrar inserida no centro do município de Porto Belo, com 16.118 habitantes, situado na região litoral norte de Santa Catarina, a uma distância de 500 metros da Praia Central, região de natureza preservada, a vegetação Serra do Mar, composta pela Floresta Ombrófila, e constituída predominantemente por plantas herbáceas, geralmente providas de estolões ou rizomas, com distribuição geralmente esparsa ou formando touceiras, podendo compreender vegetação lenhosa, com subarbustos em densos agrupamentos, fixando e cobrindo totalmente o solo. Corresponde aos agrupamentos vegetais mais próximos do mar, recebendo maior influência da salinidade marinha, através de ondas e respingos levados pelo vento, praias limpas e proximidade da Ilha de Porto Belo. Possui clima mesotérmico semi-úmido sem estações de seca e com verões quentes, tendo temperatura media de 18ºc.

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Com o objetivo de tornar o andamento do trabalho viável, sendo possível o levantamento máximo de informações, foram desenvolvidas algumas visitas em cada um dos empreendimentos. As visitas foram devidamente agendadas e assistidas por funcionários previamente designados pelos empreendimentos.

Da mesma maneira, parte da análise utilizou-se de informações levantadas em entrevista estruturada, aplicada em cada um dos empreendimentos, junto ao responsável designado para tal. Pela vastidão de informações levantadas, o presente artigo, apresenta, de maneira objetiva, todos aqueles elementos arquitetônicos considerados sustentáveis nos empreendimentos, da mesma forma que as ações ambientalmente amigáveis existentes em cada um deles, no intento de relacioná-los como maneiras de hospitalidade do espaço. Não obstante, o estudo não deixou de apontar potencialidades existentes nos meios de hospedagem, para que outras ações possam ser colocadas em prática no futuro, visando projetar, ainda mais, a condição sustentável de cada um deles. Tais elementos, ações e potencialidades são apresentados, a seguir, em quadros, devidamente comentados.

Percebeu-se no hotel de grande porte, que a condição da sustentabilidade resulta de um planejamento por parte da gestão, sendo, dessa forma, pensada. Assim, inúmeros são os elementos e ações sustentáveis existentes no hotel, claramente visíveis a e vivenciados pelos hóspedes, os quais, por conseqüência, acabam os considerando formas de hospitalidade.

Como ações sustentáveis, evidencia-se uma política constante de diminuição de consumo d´água e energia, possibilitadas por campanhas disponibilizadas nas unidades habitacionais, utilização de torneiras econômicas, bem como utilização de sistema de iluminação e lâmpadas específicas. Almeida (2005) apresenta que esse intento por parte da organização na busca por otimizar os processos, reduzindo, por conseqüência o consumo dos recursos naturais tem a clara finalidade de limitar o impacto ambiental, gerando benefícios ecológicos e econômicos. Referido processo é denominado de ecoeficiência.

Para Schenini, Lemos e Silva (2012) o fato de se trabalhar com separação de lixo, controlar desperdício de água representam ações tão importantes como projetar uma infraestrutura adequada à preservação ambiental. Embora seja um tema recente, o gerenciamento ambiental em hotéis tem gerado uma consciência coletiva positiva e que veemente tem desenvolvido ações sustentáveis.

Outra questão que carece ser mencionada é que pelo menos cada uma das tipologias de hospedagem é adaptada para aqueles hóspedes com capacidade física comprometida, o que é bastante positivo, já que o empreendimento torna-se capaz de atender aos diversos públicos. Sabe-se que segundo a matriz de classificação hoteleira nacional, proposta pela EMBRATUR no ano de 2002, a exigência pela unidade habitacional completa foi instituída no ano de 1987. Para os hotéis construídos anteriormente a esse período, ficou a exigência de adaptação, sem a necessidade de implicação em reforma estrutural da edificação (Silva, 2004). De praxe, em média 2% das unidades habitacionais de um empreendimento devem ser adaptadas.

Embora de maneira sutil, a valorização do artesanato local/regional já é exposta no empreendimento, fazendo parte de sua decoração, da mesma maneira que projetos estão em andamento para capacitar e inserir essa comunidade no quadro de recursos humanos do empreendimento.

Sobre tal perspectiva, Arantes (2004) enfatiza que são frequentes programas que se apóiam na valorização de expressões patrimoniais e culturais. Ainda, menciona que tais programas tem gerado benefícios materiais, psicossociais (auto-estima), da mesma forma que políticos, pela inclusão social.

Percebe-se dessa maneira que ao enaltecer as características locais da região, bem como incluir a comunidade no processo, o empreendimento estará fazendo valer umas das ponderações da sustentabilidade, propiciando à estrutura, a característica de “lugar”, tornando-a hospitaleiro.

Pela própria localização do empreendimento, junto à uma área de preservação permanente, os espaços verde são extremamente integrados às edificações do hotel, existindo, dessa forma, grandes áreas permeáveis. Ainda, por conta da vasta área verde, merece ser apontado o fato de que as edificações foram construídas com material de longa durabilidade, bem como materiais capazes de se integrarem à natureza, evitando agressão da paisagem visual.

Sobre a relação edificação e paisagem, Wilhide (2004) menciona que o design da edificação, ao valorizar as questões da sustentabilidade, acaba tornando-se sensível às próprias condições do terreno, partindo do pressuposto de que independentemente do tamanho das edificações, o contexto sempre exercerá grande influência. Assim, a ecologia própria do local, sua encosta, orientação e configuração, esboçarão condições específicas para o próprio panorama do desenho arquitetônico. Essa relação é denominada de design sustentável.

Evidenciou-se na pesquisa de campo, uma grande integralidade entre as edificações do empreendimento estudado e seu contexto natural de inserção.

Quanto ao tratamento de lixo, todo o lixo reciclado é vendido, sendo a renda transformada em confraternizações aos funcionários. O lixo orgânico, em contrapartida, sofre o processo de compostagem, sendo utilizado no herbário do empreendimento.

Pereira Neto (1980, apud De conto, et al. 2007), ao tratar da compostagem, enfatiza que alguns de seus benefícios permeiam pelo âmbito sanitário, econômico e ambiental, podendo ser utilizada como matéria prima no processamento de fertilizantes industriais; condicionador para qualquer tipo de solo, rico em micronutrientes; além de poder ser utilizado no processo de recuperação de solos erodidos e salitrosos.

Sendo o terreno do empreendimento bastante acidentado, todas as vias de locomoção internas são propiciadas por intermédios de rampa e utilização de carrinhos elétricos não poluentes. Evidencia-se, dessa maneira, que as ações e elementos sustentáveis apontados vão ao encontro da proposta filosófica da sustentabilidade.

De qualquer maneira, dentre os elementos e ações citadas, apontam-se alguns que ainda carecem de tratamento especial, como valorização do artesanato local/regional de maneira mais expressiva; adequação de algumas rampas de acessibilidade que, aparentemente não são compatíveis à angulação exigida pelas normas nacionais; padronização de alguns blocos de edificação mais recentes, que fogem do proposto de integração à área verde que circunda o empreendimento.

Como elementos e ações sustentáveis do empreendimento de grande porte, podem ser mencionados: Política de economia de água na lavagem de enxoval; UH’s adaptadas para PCR em cada categoria; Utilização lâmpadas fluorescentes ou LED em 100% do empreendimento; Valorização do artesanato e de artistas locais, embora em apenas um dos blocos; Inserção da mão de obra local através de programas de capacitação voltados a comunidade local; Área de Preservação Permanente e de Restinga preservadas; Alta permeabilidade do solo por áreas de forração, pisos intertravados ou paralelepípedos; Condicionadores de ar do tipo Split em quase todo o hotel; Torneiras com fechamento automático nas áreas públicas do empreendimento; Política de incentivo aos funcionários para reciclagem do lixo; Compostagem do lixo orgânico e folhas na horta de temperos; Programa de recuperação da área degradada; Telhados verdes, padronização da comunicação visual, mobiliário externo, e cabeamento subterrâneo preservando a paisagem visual; Rampas de acesso para circulação de pedestres, embora aparentemente demonstram-se não estarem na angulação devida; Carrinhos elétricos disponíveis para circulação de pessoas com capacidade reduzida por todo o hotel e Linguagem arquitetônica incorporada à paisagem, em quase todo o empreendimento, por meio da prevalência de materiais como madeira, tijolo à vista, pinturas externas das paredes e telhado nas cores verdes. Já como potencialidades apresentam-se: Valorização do artesanato e de artistas locais, nas demais áreas do empreendimento; Possibilidade de rápida adequação da angulação das rampas as quais, aparentemente, encontram-se em não conformidade; Possibilidade de uma rápida adequação dos demais blocos que se destoam da paisagem para incorporarem-se à linguagem do empreendimento e do meio natural e Possibilidade de inserção de novas rampas para acessibilidade a pessoa com capacidade reduzida nos blocos onde estas são inexistentes, (Centro de eventos e SPA).

Percebeu-se no hotel de pequeno porte, que a condição da sustentabilidade resulta de um processo da demanda turística, parte do cotidiano da sociedade moderna, não tendo sido, dessa forma, intencional por parte da gestão do empreendimento. Pesquisa desenvolvida por Araújo (2014) demonstrou, inclusive, que o público hoteleiro, na atualidade, possui consciência do significado de ações sustentáveis e preza pelas boas práticas ambientais. Importante mencionar, entretanto, que os proprietários do empreendimento possuem raízes na Europa, de onde vieram, onde a gestão hoteleira sustentável vem sendo discutida há mais tempo. Assim, inúmeros são os elementos e ações sustentáveis existentes no hotel, claramente visíveis a e vivenciados pelos hóspedes, os quais, por conseqüência, acabam os considerando formas de hospitalidade.

Como ações sustentáveis, evidencia-se uma política constante de diminuição de consumo d´água, principalmente no que toca o incentivo à não troca de enxoval diariamente nas unidades habitacionais. Embora o empreendimento não conte com sistemas modernos de controle energético, diariamente, as camareiras checam as unidades habitacionais, quando não ocupadas, desligando aparelhos condicionadores de ar ou lâmpadas que estiverem indevidamente em funcionamento. Tais atitudes vão ao encontro das propostas ecoeficientes, já debatidas e apresentadas por Almeida (2005).

O empreendimento não pode ser caracterizado como devidamente adaptado aos hóspedes com capacidade física reduzida, embora tenha a preocupação de utilização de rampas e edificações térreas. Não obstante, carece de adequações atendam as normas nacionais estabelecidas.

A valorização do artesanato local/regional, bem como artesanato relacionado aos locais de proveniência da família proprietária é realidade em todo empreendimento, fazendo parte de sua decoração, estando, ainda, à venda aos interessados. Trata-se de uma maneira de valorizar os artesãos e artistas da região, integrando-os no processo do turismo, com possibilidade de renda. Ainda, a madeira é utilizada como matéria prima das portas e janelas, com venezianas que permitem a ventilação natural e iluminação naturais. Da mesma maneira, o empreendimento oferece muitos espaços externos de descanso, mobiliados com material de demolição, demonstrando o interesse no reaproveitamento de matéria prima.

Quanto ao tratamento de lixo, evidencia-se uma política de reciclagem, embora de maneira bastante tímida.

De qualquer maneira, dentre os elementos e ações citadas, apontam-se alguns que ainda carecem de tratamento especial, como adequação de algumas rampas de acessibilidade que, aparentemente não são compatíveis à angulação exigida pelas normas nacionais; padronização de alguns blocos de edificação mais recentes, já que os chalés possuem arquitetura antagônica ao prédio principal; criação de hortas, adaptação de pelo menos uma unidade habitacional aos portadores de algum tipo de necessidade especial.

Como elementos e ações sustentáveis do hotel de pequeno porte, foram evidenciadas: Política de economia de água na lavagem de enxoval; Controle de ventilação e iluminação natural por portas janelas duplas, com folhas de vidro e venezianas de madeira; Utilização lâmpadas fluorescentes em quase 100% da edificação; Valorização do artesanato e de artistas locais; Reutilização de madeira de demolição para criação de pérgolas e mobiliário para os jardins; Funcionários contratados exclusivamente da comunidade local; Alta permeabilidade do solo por áreas de forração e utilização de piso grama nas áreas públicas; Criação de microclimas e redução de calor por jardins e exploração dos estratos arbóreos e Flexibilidade da edificação adaptando-se de residência à pousada. Suas potencialidades foram: Dimensões do banheiro da tipologia Chalé permitem adaptabilidade para Portadores de Necessidades Especiais; Configuração térrea facilita a adaptação por rampas móveis ou fixar; Espaços de jardim possibilitam a criação de hortas e prática de compostagem; Potencializar a existência e exposição de artefatos culturais familiares e obras de artistas locais; Desenvolvimento da política de separação de lixo para reciclagem, já iniciada no empreendimento, porém, ainda de maneira simplista.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa culminou na possibilidade de desenvolvimento de analogia entre as temáticas sustentabilidade e hospitalidade no espaço edificado, personificada pela análise de dois empreendimentos hoteleiros da costa do estado de Santa Catarina: um de pequeno porte e outro de grande porte.

A análise teve como principal objetivo, ver, discriminar e generalizar realidades, com intenção de detectar os elementos arquitetônicos sustentáveis dos empreendimentos, suas ações ambientalmente amigáveis, bem como potencialidades, para que, na sequência, fosse possível uma reflexão da sustentabilidade como oferta de hospitalidade.

Silva (2004), inclusive, explicita que a sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável representa uma teoria que está presente em todos os segmentos de uma sociedade, sendo ela baseada em três dimensões, que são: conservação ambiental; eficiência econômica; equidade social (comunidade local). Nesse tripé, todas as dimensões devem estar interligadas, desenvolvendo-se conjuntamente. Do contrário, a sustentabilidade inexiste.

É justamente a sustentabilidade inerente ao espaço edificado que foi interpretada, neste estudo como forma de hospitalidade, a qual é caracterizada por Selwyn (2004), como estabelecimento ou promoção de relacionamento, cujos atos relacionados à sustentabilidade acontecem por meio das trocas de produtos e serviços, sejam eles materiais ou simbólicos, entre aqueles que a oferecem (anfitriões) e aqueles que a recebem (hóspedes).

O ato do bem servir, neste caso, não foi compreendido da forma relacionada ao luxo e requinte, mas sim naqueles elementos da arquitetura constituída por materiais e durabilidade adequados, não degradantes do espaço e paisagem.

Deve ser dito que o desenvolvimento deste estudo oportunizou uma síntese da reflexão de autores de diversas áreas do conhecimento, tais como: arquitetura, gestão, turismo, hotelaria, entre outros, de maneira com que todo o conhecimento adquirido fosse sobreposto, resultando na elaboração desta análise.

Por essa razão, todo o trabalho pautou-se em dedicação, organização e ética, em especial, quando do acesso às instalações e informações dos estabelecimentos envolvidos, respeitando a proibição de acesso em alguns setores, fosse pela não exposição de seu recurso humano, fosse pela não exposição de seu hóspede.

Ficou evidente neste estudo que a questão da sustentabilidade encontra-se bastante arraigada em ambos estabelecimentos, até pela difusão de seus preceitos no mundo contemporâneo. Embora as ações sustentáveis, bem como elementos arquitetônicos sustentáveis sejam mais latentes e façam parte das estratégias de um dos empreendimentos (o maior deles), aquele de menor estrutura também não deixou de se enquadrar nessa realidade, mesmo as ações implantadas não tendo sido efetivadas a partir de um planejamento preestabelecido. Esta condição nos sugeriu concluir que a sustentabilidade é, para os empreendimentos, uma filosofia assimilada para ser colocada em prática. Por conseqüência, a hospitalidade pode ser entendida nos espaços pesquisados como uma preocupação iminente. Evidenciou-se nas empresas que o interesse pelo acolhimento ultrapassa os limites humanos, estampando-se, inclusive, nos elementos das edificações.

Ambos os empreendimentos demonstraram ações e elementos sustentáveis, mas também sugerem que ainda possuem desafios na questão da sustentabilidade do espaço edificado.

Finalmente, a análise resultante do estudo poderá servir de norte para o desenvolvimento de futuras ações em cada um dos empreendimentos analisados, servindo, outrossim, para estimular novos estudos sobre a sustentabilidade no contexto da hospitalidade do espaço edificado.

5Disponível em http://www.lrqa.com.br/certificacao/meio_ambiente/iso14001.asp. Acessado em 22 de junho de 2014.

6Revista Memo- Arquitetura, engenharia e Meio Ambiente. Universidade Federal Fluminense. Disponível em http://www.revistamemo.com.br/arquitetura/certificado-de-sustentabilidade-para-a-construcao-civil/ . Acessado em 22 de junho de 2014.

7PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ, disponível em, < http://www.emasa.com.br/ppsp/wpcontent/uploads/2012/09/ DIAGNOSTICO_FINAL.pdf. acesso em 04/11/2013.

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Recebido: 06 de Agosto de 2015; Aceito: 15 de Fevereiro de 2016

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